Se tempo é um conceito relativo, por que o deixamos ditar nossas vidas de maneira tão absoluta e cruel, quase que sem controle?
O tempo não é uma coisa real. É simplesmente um instrumento “inteligente” que inventamos para fazer planos com outras pessoas e organizar, de alguma maneira, as nossas tarefas cotidianas. Isso o torna, em teoria, apenas mais uma forma de controle, colocada ao nosso dispor. Mas não é isso o que vem acontecendo ao longo da vida.
Frequentemente atribuímos ao “nosso amigo” tempo mais importância do que ele tem e deixamos que ele defina todo o nosso desenvolvimento. Cada idéia nova, cada meta, cada projeto de vida precisa de um período de gestação, e a verdade é que nem todos têm a mesma tabela de tempo, de evolução.
É a nossa vida sendo determinada por um fio, ditada por uma de nossas piores e mais destrutivas invenções, o tempo. Ele é, por irônica natureza, mais letal do que qualquer instrumento de medida inventado pelo homem. Sem dúvida, o pior.
Você já se viu em voltas com alguma coisa a ponto de não perceber o quanto de tempo havia se passado? É em situações como esta que estamos, de verdade, em contato com nosso próprio instinto com relação ao puro valor do que estamos fazendo. É o momento em que deixamos nossa natureza criativa não apenas agir, mas também concluir no “tempo” necessário aquilo que foi iniciado. “Tudo no seu devido tempo”, como dizem.
Um de nossos maiores erros acontece quando começamos a comparar a nossa velocidade com as velocidades dos outros ou com algum conceito de tempo baseado em estatísticas ou em recordes, e começamos a duvidar de nós mesmos. Neste e nos momentos seguintes tudo o que faremos será tão somente o desligamento do nosso “eu”, da nossa própria intuição, pois estaremos nos moldando ao inútil formato do outro. Os parâmetros do outro são apenas dele, e quem sabe nem isso seja verdade, uma vez que as chances dele ter absorvido isso de alguém são imensas. Cópia não é aprendizado.
Tenha em mente, porém, que os resultados não são sempre destinados a satisfações de curto prazo, e você verá como a vida pode ser mais fácil para um ser temporalmente independente.Passemos, a partir de hoje, a conhecer as nossas reais necessidades não apenas pela razão do tempo, mas também pelo tempo do coração.