Quem de nós, em algum momento da vida, não se queixou a tal ponto de fazer esta cruel afirmação?
Motivos para isso nunca faltaram. Mesmo para aqueles cujos problemas são infinitamente menores quando comparados aos grandes entraves da vida, ainda assim se queixarão dessas pedrinhas no sapato que a sinuosa estrada do tempo guarda para cada “andante”. Somos, desde sempre, eternos aprendizes, seres do universo com as mais variadas missões aqui na terra. Ufologia? Não. Apenas um velho conceito sobre plantar e colher. Acho que não precisa traduzir.
Pelo livre arbítrio que nos foi dado, podemos fazer aquilo que bem entendermos – e exercer esta prática nos distrai que é uma beleza, porém, quando chegar a época da colheita não faltará serviço. Todos estarão muito ocupados. Isto é geração de trabalho, gente!
Pois é, livres para plantar, obrigados a colher tudo aquilo que foi plantado. Mais do que justo, isso nunca foi aceito como uma lei a ser cumprida. Rebelde esse povinho aqui da terra, e o pior é que se trata de uma raça pra lá de metidinha, que acha que tudo pode. É o poder que (infelizmente) o livre arbítrio confere a cada um que faz com que seres pouco evoluídos “metam”, literalmente, os pés pelas mãos. Sendo a poderosa ferramenta que é, deveria ser usado somente para a prática do bem e ainda assim com algum critério... jura que é isso que acontece! Dalai Lama acertou ao dizer: “Os homens... vivem como se nunca fossem morrer. Ao final, morrem como se nunca tivessem vivido.” Será que precisa dizer mais?
Mentimos, enganamos, trapaceamos, despejamos baldes e baldes de raiva e inveja em cima dos outros, como se nada disso fosse nos afetar, segundo a lei do retorno... Negligenciamos, abandonamos, prometemos coisas que jamais iremos cumprir, iludimos, deixamos de perdoar, saqueamos a nós mesmos, roubamos das mais diversas formas aquilo que os outros guardam com tanto zelo: a esperança depositada no outro. Triste isso.
Sei que algumas palavras ou frases são repetidas, parecendo que o texto é o mesmo do mês passado, com algumas alterações. Sabe que isso até pode ser verdade? É a vontade que sinto de repetir, pois nítida é a sensação que se tem nas calçadas entre os tantos que caminham para lá e para cá, nas esquinas onde se tecem os comentários da vida do outro, enfim.
Sem saber a extensão da coisa, estamos criando o nosso “inferno particular”, e com toda a inocência que julgamos ter, achamos que isso tem a ver com forças externas à nossa vontade. Somos “anjinhos”, lembra?
Que rosto terá o leitor desta coluna? Quanto de ajuda estas linhas oferecem a cada semana? São dúvidas que tenho, pois de certa forma estou sendo parte de algum processo que envolve leitura, pensar, repensar, readaptação ou mudança. Que bom se for assim. Muitas vezes penso que o tempo que é gasto para escrever ultrapassa em muito aquele tempo gasto para refletir. Isso também é triste.
Aqui você não encontrará humor bobo, pois dentro do conceito de reencarnação não há tempo nem lugar para brincar com a vida, o que não quer dizer que ela, a vida, não possa ser “levada” como uma sadia tarde de infância, onde mergulhávamos, sem os limites de tempo ou de espaço, dentro do nosso imaginário, em brincadeiras e jogos criativos. Sem saber, invadíamos o universo como se dele fossemos os donos. A fase das piadinhas com os sentimentos (e ainda tem gente que acha isso “da hora”) é para quem parou no tempo.
Muitos não compreendem que tudo isso que está acontecendo tem tudo a ver com as leis espirituais. É mais fácil colocar a culpa na natureza ou até mesmo em Deus – visto que ele é o criador da natureza, muito embora não seja seu destruidor – do que ver a nossa face no espelho sem as várias camadas de máscaras de antigos carnavais. Por tudo isso, inclusive pela nossa imensa dificuldade em dar passos certos, é que está sendo permitido ao homem moderno destruir sua própria casa, criando, assim, seu próprio inferno, pois está chegando a hora do planeta sofrer alterações.