"A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. É a emoção fundamental existente na origem da verdadeira arte e ciência. Aquele que não a conhece e não pode se maravilhar com ela está praticamente morto e seus olhos ofuscados." .................................Albert Einstein

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Entre nós

Uruguaiana – peço que não me entendam mal, é uma cidade pouco desenvolvida espiritualmente. Aqui muito sangue foi derramado. A grande maioria ainda não percebeu e provavelmente jamais perceberá toda a dimensão da herança deixada sob esta terra. Um farto legado de dor, sofrimento e morte. E como se já não bastasse toda essa carga energética do passado, diariamente somos expostos a toda sorte de emoções que, pouco ou mal trabalhadas, farão parte de nós. Sofremos perdas de pessoas que antes estavam bem próximas de nós e estas, por sua vez, nem sempre aceitam os porquês da ida ou não contam com aquela luz para orientar a trajetória. Isso também irá se somar ao complexo energético que somos nós.
Tá, mas e daí? Desde que o mundo é mundo e que por aqui andamos sofremos perdas, - o que não é nada agradável, diga-se de passagem, dada a nossa criação cristão-judaica, pois nunca nos falaram sobre a separação espírito-matéria. Isso tornou cada um de nós “peças únicas”, finitas, mortais, desde o evento nascimento até a morte física, o que explicaria muitas dores, culpas e remorsos que carregamos conosco.
Nossa energia (corpo não físico) esbarra contínua e diariamente em outros corpos carregados com as mais sortidas cargas energéticas: medo, ciúme, raiva, ódio, dor, tristeza, melancolia, angústia, ansiedade, revolta, desprezo, e por aí vai, fazendo com que um pouco de toda essa carga nociva nos afete, desde que tenhamos portas abertas para as mesmas.
“Como se já não bastasse o passado distante e o ontem recente, ainda tenho que conviver com todas estas energias no presente?” Sim, pois você “aceitou” estar aqui, exatamente sob estas condições. Cláusulas de uma possível e esperada evolução.
Penso que estes paralelos, quando aliados, sejam fatores determinantes no que diz respeito a gritante dificuldade em se trabalhar o lado espiritual. O pior é que as pessoas, quando expostas às negatividades que fluem livremente (no meio físico, inclusive), se deixam levar por este “tsunami” energético. Facilmente elas se deixam influenciar pelos comentários ouvidos logo ali na esquina, sem ao menos se questionarem, pois estão condicionadas para crer na superficialidade e na negatividade dos fatos, pessoas ou coisas.
Dentro de cada um de nós encontram-se as saídas para a grande maioria dos nossos problemas, criados por nós mesmos. Porém, antes de achar o mapa da mina, nos deparamos com um exército de bloqueios mal intencionados que farão de tudo para barrar essa caça ao tesouro. Quem disse que tudo tem que ser fácil? E alguém avisou que seria tão difícil assim? Não. Tudo aquilo que cada um de nós plantou e colheu será levado em consideração ao longo da jornada. Adivinha quem financia o exército inimigo? Nossa negatividade.
Não é muito fácil entender tudo isso, tampouco aceitar como ocorrência simples do dia-a-dia. Entendo você. Eu próprio tenho minhas limitações e, acredite, não são poucas. A cada dia somos testados, quer pela ignorância de certas pessoas, quer pelo trânsito que é um dos piores que já vi, quer pela caçamba velha que passa na rua e faz aquele barulho insuportável de carroceria solta enquanto você “tenta” trabalhar, quer pelo bêbado que bate à porta insistentemente quando ainda faltam vinte minutos para a uma da tarde, mas você recém conseguiu tempo para o sossego e ainda está sentado à mesa, almoçando, enfim.
Entre nós circula, livremente, tudo aquilo que o mundo é capaz de conter, das infindáveis maravilhas às mais perversas intenções. Dentro de nós estão as muitas alternativas e saídas possíveis. Fora de nós está um universo pronto a conspirar a nosso favor. Ah, se nós soubéssemos, ao menos.
Este é o meio no qual vivemos, inexplorável muitas vezes, cruel em muitos momentos e uma verdadeira mãe em outros, porém, justo em cada um deles.
Onde jamais procuraremos, lá estarão todas as explicações que insistentemente buscamos.
Enquanto você não as encontra, continue fazendo exatamente aquilo que vem fazendo, é mais cômodo. Adormeça-se acordado, ano após ano, enquanto a vida flui. Os medicamentos estão aí para isso mesmo. Alimente seus “monstros” enquanto a sua alma pede por liberdade, serenidade, compreensão, harmonia, discernimento, amor, gratidão, perdão, aceitação e fé.