"A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. É a emoção fundamental existente na origem da verdadeira arte e ciência. Aquele que não a conhece e não pode se maravilhar com ela está praticamente morto e seus olhos ofuscados." .................................Albert Einstein

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alimentos da Vida

“A democracia e a fome não podem caminhar juntas. Um estômago faminto questiona e censura a falha do sistema em atender a necessidade biológica básica de todo ser humano. Não há lugar para fome e pobreza em um mundo moderno em que a ciência e a tecnologia criaram condições para a abundância.” Atal Bihari Vajpayee, ex-primeiro-ministro da Índia.
Lembro que certa vez, durante um jantar, ouvi alguém dizer que estava morrendo de fome. Ri e fiquei imaginando o que aquela pessoa faria se realmente estivesse morrendo de fome. O que vejo pelas ruas ilustra essa outra realidade, que é cruel, fria, de miséria, angústia e dor.
Gente catando lixo e comendo restos. Você faz qualquer coisa se realmente estiver faminto. Não há sentimento mais corrosivo e humilhante do que não saber o que fazer para poder comer. Essa ameaça é real para muitas pessoas em todo o mundo.
Qual seria a razão para tamanha miséria, se em muitas partes do planeta sobram alimentos?
Que política internacional é hoje adotada para combater a fome neste mundo globalizado?
Qual o número exato de irmãos nossos mortos a cada minuto por não terem o que engolir?
Qual a verdadeira lição que isso nos deixa, e por quais motivos estas pessoas foram escolhidas para serem os famintos deste mundo abundante?
Essas são indagações que poucos se fazem, e que quase ninguém está realmente interessado em obter as respostas.
Escrevendo isso, dá uma vontade de mudar de assunto e entrar em outros temas como gratidão, por exemplo. Sempre assim, sem que eu pare de escrever, um assunto vai puxando o outro, pois no final da história tudo está interligado mesmo. Mas continuo, então, aquele que foi iniciado, sem deixar de envolver a tal gratidão.
Aos que procuram o que comer nas sacolas de lixo, talvez a única utilidade das folhas de um jornal seja alimentar o fogo, ou isolar o frio que brota do chão durante a noite. Para eles, estas páginas serão de grande ajuda. E para nós?
Não poderia iniciar qualquer reflexão sobre alimentos, sem fazer uma outra reflexão, paralela, envolvendo aqueles que não os têm na sua mesa. Talvez nem mesa tenham...
O alimento sustenta não só o corpo, mas também a alma, principalmente quando preparado e ofertado com carinho.
Amor, atenção pessoal e gratidão têm energia curativa. Acrescentando a estes ingredientes um pouco de comida, teremos uma refeição sagrada que nutre o espírito enquanto alimenta o corpo, transformando-se numa espécie de alquimia espiritual – um ato de poder invisível – que carrega em si energias curativas espontâneas, verdadeiras preces alimentares.
Até mesmo a água, antes de ser ingerida, se receber um gesto nosso de agradecimento, será portadora de energia positiva que irá para todas as células, órgãos, músculos e tecidos do nosso corpo. Mas para que isso aconteça de fato, ou seja, para que o alimento seja portador de vibrações benéficas, a pessoa que irá prepará-lo precisará estar energeticamente equilibrada. De bem consigo mesma. Sem rancores, tristezas, mágoas ou raiva.Façamos, então, do corriqueiro ato de preparar e consumir alimentos, um ato de responsabilidade, gratidão e amor, não só por nós mesmos como também pelas pessoas que irão receber de nós o alimento preparado. Mas acima de tudo, um ato de respeito por aqueles que nada tem para comer.