Todos nós possuímos verdadeiros e grandiosos tesouros dentro de nossos “egos” – e os melhores ainda esperam, talvez, ser descobertos. Uma única pessoa pode realizar um número surpreendente de coisas durante a sua vida. Ela pode ser útil, prejudicial, prática, absurda, valiosa, sem sentido, excepcional, comum, maravilhosa ou mundana.
As pessoas são corajosas algumas vezes, e inseguras em outras ocasiões; são fortes em um determinado momento, em outro, fracas. Quase todas as pessoas possuem um alcance ilimitado de expressão. Qualquer uma pode revelar-se como possuidora de um número incrível de possibilidades. Não há lista capaz de incluir todos os “posso fazer” que um único ego poderia realizar.
Há um pouco de complexidade nisto. No dia em que nascemos, nossos egos – “zerados”, digamos assim, estão relativamente bem, em sua maioria. Não foram, ainda, tumultuados com noções sobre o que funciona e o que não funciona, o que pode e o que já não nos serve mais. Estes egos vem sem preferências, sem crenças, sem maus hábitos, sem gostos ou aversões, sem pontos de vista políticos, religiosos ou esportivos. Eles nos chegam sem preconceitos, sem atitudes, sem condicionamentos, sem dúvidas e principalmente, sem auto-limitações.
O que os nossos egos “esperam” de nós, é que os orientemos, com uma certa dose de carinho até, que sejamos realmente interessados por eles e os controlemos. Agora, como agirão nossos egos, dependerá dessas duas últimas exigências – o quanto nos interessamos por eles e de que maneira os estamos controlando. Para que se tenha uma vida em harmonia, equilíbrio e, consequentemente, um ego sadio, é preciso muito de ambas as coisas: interesse e controle.
No começo, a responsabilidade de cuidar desses egos e de controlá-los é repassada a outras pessoas. Então, à medida que os egos aprendem e se desenvolvem, a responsabilidade de cuidado é transferida lentamente para nós. Em determinado momento (em muitos casos, isso ocorre durante a última fase da adolescência) a preparação desses egos está completa.
Teoricamente, aqueles que se encarregavam de nossos egos enquanto éramos crianças, agora podem se afastar para um lado, sabendo que fizeram tudo quanto era possível para nutrir e preparar estes egos para agirem por conta própria, capazes de receber zelo e controle agora vindos de nós.
Esses “tutores provisórios” foram aquelas pessoas que nos assistiram mais de perto durante nossa jornada inicial, e que foram de fundamental importância na nossa infância: nossos pais, tios, avós, irmãos mais velhos, etc. Passados alguns anos, somos os responsáveis por nossos egos.
No entanto, existe uma grande lacuna entre a teoria e a prática. Se seguíssemos o que parecia ser a ordem predisposta das coisas, seríamos capazes de dominar nossos egos, controlando, assim, parte de nossas vidas. Afinal, teríamos sido treinados para sermos bons autodirigentes. Se você avaliasse agora a sua habilidade de autocontrole, em que nível você estaria? Você é um autodirigente totalmente atuante, que controla e atua em suas condições naturais? Está controlando ativamente seu ego da forma correta, utilizando os métodos adequados e obtendo bons resultados? Um grande abraço.