São 07h43min de uma terça-feira muito apagada. Fechada em si mesma como tantos e tantos rostos que vejo na rua. Porque escolhemos ser assim?
Diferente, público e íntimo ao mesmo tempo, polêmico talvez e um tanto delicado para escrever é o texto que agora começa. Por vezes você sentirá, entre um parágrafo e outro, que uma pausa foi feita. Muito mais necessária do que se possa imaginar, ela precisa acontecer no nosso dia-a-dia também.
Alguém já percebeu o quanto pode ser ruim o modo como você se coloca diante dos demais a sua volta? Um rosto fechado acaba “fechando” não apenas portas, mas janelas também. Que benefício traz um rosto triste e desolado? É o papel de vítima que queremos para nossas vidas? Penso que não.
Se ando de bem com a vida, outros pensarão que está bem demais até, e a inveja será lançada.
Ficando triste, zombarão do meu fracasso. Em raras ocasiões sentirão pena de mim. Quero isso?
Já me disseram – e não foram poucas vezes, que muitas pessoas andam assim na rua porque absorveram o “jeito de ser” de outras. Ah, tudo bem, até entendo esse processo, mas a indagação, ou melhor, a indignação continua. Por que?
Desisto. Começo, então, a falar o que muitos (infelizmente) entendem como linguagem universal, não é? Derrota diante das coisas que tentam assolar nossa vida é uma das bandeiras que temos defendido. Revestida de uma desculpa qualquer, é uma das tantas máscaras que colocamos diante do rosto para encobrir a falta de coragem que temos para enfrentar desafios. Eis a máscara, de um peso sem igual, que para sustentá-la ainda precisamos erguer o nariz. Resultado: é aquilo que se vê todos os dias, a qualquer hora, onde quer que se vá.
“Capaz”, dirão alguns. Diante do espelho talvez você tenha essa confirmação. Espero que não.
Andamos armados, disfarçados, escondidos, covardemente mascarados diante da vida. E ainda defendemos tais posturas. Homens forjados na falta de humildade. Essa é a têmpera.
Quanto ao tempo fechado, finalmente está abrindo. Mais que um sol, temos um exemplo de vida aí fora, tentando nos fazer entender algumas pequenas coisas que podemos usar com sucesso nesta curta viagem. Texto pesado? Não mais que as máscaras. Até a próxima.