Segunda-feira, 18 de maio, 13:52h, um pouco de água se desprende do céu sob a forma de chuva, que tanta falta nos faz. É em tardes assim que penso um pouco mais nas coisas da vida. Tardes que, apesar de não terem o calor do sol e a alegria das cores, me trazem a sensação de outros tempos, outros lugares, outros momentos, quem sabe outras vidas, como se fosse uma regressão.
Acredito ser este um dos melhores cenários urbanos para escrever. Não faço a menor idéia de como estará o dia que vocês irão ler este texto. Um dia agitado, talvez? Quente ou frio? Não sei. Mas hoje, imerso neste quieto acinzentado, me atrevo a escrever sobre pequenos hábitos que incorporamos ao nosso cotidiano. Muitos de nós nem sequer param para pensar em algo que não esteja ligado de forma tão visível e objetiva ao dia-a-dia. Algo que habite o etérico, o invisível, o não perceptivo aos olhos destreinados. Isso não quer dizer que tais coisas não existam. Provas? Observe atentamente o universo. Nada é por acaso. Tudo é possível.
Caberiam aqui várias e várias situações que requerem de nós uma parada estratégica para repensarmos essa atual forma de condução das nossas vidas. Só tem uma coisa que não está fechando: Se a vida é de cada um, que direito eu tenho de propor qualquer coisa que seja, mesmo que em nome de uma qualidade de vida melhor?
Cada um de nós vive hoje um momento único, e dentro dessa caminhada, com todos os erros e acertos, iremos construir nossa jornada pessoal.
Mas convenhamos, é bom ter onde se apoiar de vez em quando, até mesmo para que se revitalizem todos os nossos objetivos e sonhos. Vivenciar é preciso. Partilhar é precioso.
Diante disso, repenso que o melhor é não forçar muito a dinâmica das coisas. Tire daqui apenas aquilo que servir para o seu “agora”. De tudo o que eu gostaria de escrever, selecionei dois exemplos bastante básicos, vividos diariamente por todos nós. Comuns demais, até. Inexpressivos diante de tantos outros. Leite integral e costela gorda. Alguma vez você parou para pensar que o leite integral é o alimento ideal para o filhote da vaca, e somente no período de amamentação? Alguém de sua família se encaixa nesse perfil? Temos ali uma excelente fonte de gorduras, pois fonte de cálcio nós encontramos nas verduras, nas folhas escuras, aliás, de onde aqueles animais retiram boa parte do cálcio de que precisam para si e para o processo de elaboração do leite. Ao que me consta, eles não bebem leite a vida toda. E quanto àquela costela de um branco-amarelado absurdo, precisamos mesmo da clássica manta de gordura animal, símbolo do bom e tradicional churrasco? E a saúde, fica como?
Se você deseja ter mais saúde, mais qualidade de vida, é bom repensar alguns pequenos e diários hábitos equivocados como estes, que foram apenas para iniciar, para então, depois de algum “treino”, chegar aos mais teimosos e difíceis de mudar.
Sei que existem muitos erros no modo como alimentamos a vida, na maneira como escolhemos aquilo que irá fazer parte de nós, mas sei, também, que todas as tentativas de se chegar diretamente aos que chamamos de “vilões” dos pensamentos, serão infrutíferas se não mudarmos antes aqueles pequenos hábitos que nos passam despercebidos, pois somos quase que “formatados” para não termos essa percepção sutil das coisas. Repense seus hábitos diariamente.
"A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. É a emoção fundamental existente na origem da verdadeira arte e ciência. Aquele que não a conhece e não pode se maravilhar com ela está praticamente morto e seus olhos ofuscados." .................................Albert Einstein
quinta-feira, 28 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Ego
Todos nós possuímos verdadeiros e grandiosos tesouros dentro de nossos “egos” – e os melhores ainda esperam, talvez, ser descobertos. Uma única pessoa pode realizar um número surpreendente de coisas durante a sua vida. Ela pode ser útil, prejudicial, prática, absurda, valiosa, sem sentido, excepcional, comum, maravilhosa ou mundana.
As pessoas são corajosas algumas vezes, e inseguras em outras ocasiões; são fortes em um determinado momento, em outro, fracas. Quase todas as pessoas possuem um alcance ilimitado de expressão. Qualquer uma pode revelar-se como possuidora de um número incrível de possibilidades. Não há lista capaz de incluir todos os “posso fazer” que um único ego poderia realizar.
Há um pouco de complexidade nisto. No dia em que nascemos, nossos egos – “zerados”, digamos assim, estão relativamente bem, em sua maioria. Não foram, ainda, tumultuados com noções sobre o que funciona e o que não funciona, o que pode e o que já não nos serve mais. Estes egos vem sem preferências, sem crenças, sem maus hábitos, sem gostos ou aversões, sem pontos de vista políticos, religiosos ou esportivos. Eles nos chegam sem preconceitos, sem atitudes, sem condicionamentos, sem dúvidas e principalmente, sem auto-limitações.
O que os nossos egos “esperam” de nós, é que os orientemos, com uma certa dose de carinho até, que sejamos realmente interessados por eles e os controlemos. Agora, como agirão nossos egos, dependerá dessas duas últimas exigências – o quanto nos interessamos por eles e de que maneira os estamos controlando. Para que se tenha uma vida em harmonia, equilíbrio e, consequentemente, um ego sadio, é preciso muito de ambas as coisas: interesse e controle.
No começo, a responsabilidade de cuidar desses egos e de controlá-los é repassada a outras pessoas. Então, à medida que os egos aprendem e se desenvolvem, a responsabilidade de cuidado é transferida lentamente para nós. Em determinado momento (em muitos casos, isso ocorre durante a última fase da adolescência) a preparação desses egos está completa.
Teoricamente, aqueles que se encarregavam de nossos egos enquanto éramos crianças, agora podem se afastar para um lado, sabendo que fizeram tudo quanto era possível para nutrir e preparar estes egos para agirem por conta própria, capazes de receber zelo e controle agora vindos de nós.
Esses “tutores provisórios” foram aquelas pessoas que nos assistiram mais de perto durante nossa jornada inicial, e que foram de fundamental importância na nossa infância: nossos pais, tios, avós, irmãos mais velhos, etc. Passados alguns anos, somos os responsáveis por nossos egos.
No entanto, existe uma grande lacuna entre a teoria e a prática. Se seguíssemos o que parecia ser a ordem predisposta das coisas, seríamos capazes de dominar nossos egos, controlando, assim, parte de nossas vidas. Afinal, teríamos sido treinados para sermos bons autodirigentes. Se você avaliasse agora a sua habilidade de autocontrole, em que nível você estaria? Você é um autodirigente totalmente atuante, que controla e atua em suas condições naturais? Está controlando ativamente seu ego da forma correta, utilizando os métodos adequados e obtendo bons resultados? Um grande abraço.
As pessoas são corajosas algumas vezes, e inseguras em outras ocasiões; são fortes em um determinado momento, em outro, fracas. Quase todas as pessoas possuem um alcance ilimitado de expressão. Qualquer uma pode revelar-se como possuidora de um número incrível de possibilidades. Não há lista capaz de incluir todos os “posso fazer” que um único ego poderia realizar.
Há um pouco de complexidade nisto. No dia em que nascemos, nossos egos – “zerados”, digamos assim, estão relativamente bem, em sua maioria. Não foram, ainda, tumultuados com noções sobre o que funciona e o que não funciona, o que pode e o que já não nos serve mais. Estes egos vem sem preferências, sem crenças, sem maus hábitos, sem gostos ou aversões, sem pontos de vista políticos, religiosos ou esportivos. Eles nos chegam sem preconceitos, sem atitudes, sem condicionamentos, sem dúvidas e principalmente, sem auto-limitações.
O que os nossos egos “esperam” de nós, é que os orientemos, com uma certa dose de carinho até, que sejamos realmente interessados por eles e os controlemos. Agora, como agirão nossos egos, dependerá dessas duas últimas exigências – o quanto nos interessamos por eles e de que maneira os estamos controlando. Para que se tenha uma vida em harmonia, equilíbrio e, consequentemente, um ego sadio, é preciso muito de ambas as coisas: interesse e controle.
No começo, a responsabilidade de cuidar desses egos e de controlá-los é repassada a outras pessoas. Então, à medida que os egos aprendem e se desenvolvem, a responsabilidade de cuidado é transferida lentamente para nós. Em determinado momento (em muitos casos, isso ocorre durante a última fase da adolescência) a preparação desses egos está completa.
Teoricamente, aqueles que se encarregavam de nossos egos enquanto éramos crianças, agora podem se afastar para um lado, sabendo que fizeram tudo quanto era possível para nutrir e preparar estes egos para agirem por conta própria, capazes de receber zelo e controle agora vindos de nós.
Esses “tutores provisórios” foram aquelas pessoas que nos assistiram mais de perto durante nossa jornada inicial, e que foram de fundamental importância na nossa infância: nossos pais, tios, avós, irmãos mais velhos, etc. Passados alguns anos, somos os responsáveis por nossos egos.
No entanto, existe uma grande lacuna entre a teoria e a prática. Se seguíssemos o que parecia ser a ordem predisposta das coisas, seríamos capazes de dominar nossos egos, controlando, assim, parte de nossas vidas. Afinal, teríamos sido treinados para sermos bons autodirigentes. Se você avaliasse agora a sua habilidade de autocontrole, em que nível você estaria? Você é um autodirigente totalmente atuante, que controla e atua em suas condições naturais? Está controlando ativamente seu ego da forma correta, utilizando os métodos adequados e obtendo bons resultados? Um grande abraço.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Alimentos da Vida
“A democracia e a fome não podem caminhar juntas. Um estômago faminto questiona e censura a falha do sistema em atender a necessidade biológica básica de todo ser humano. Não há lugar para fome e pobreza em um mundo moderno em que a ciência e a tecnologia criaram condições para a abundância.” Atal Bihari Vajpayee, ex-primeiro-ministro da Índia.
Lembro que certa vez, durante um jantar, ouvi alguém dizer que estava morrendo de fome. Ri e fiquei imaginando o que aquela pessoa faria se realmente estivesse morrendo de fome. O que vejo pelas ruas ilustra essa outra realidade, que é cruel, fria, de miséria, angústia e dor.
Gente catando lixo e comendo restos. Você faz qualquer coisa se realmente estiver faminto. Não há sentimento mais corrosivo e humilhante do que não saber o que fazer para poder comer. Essa ameaça é real para muitas pessoas em todo o mundo.
Qual seria a razão para tamanha miséria, se em muitas partes do planeta sobram alimentos?
Que política internacional é hoje adotada para combater a fome neste mundo globalizado?
Qual o número exato de irmãos nossos mortos a cada minuto por não terem o que engolir?
Qual a verdadeira lição que isso nos deixa, e por quais motivos estas pessoas foram escolhidas para serem os famintos deste mundo abundante?
Essas são indagações que poucos se fazem, e que quase ninguém está realmente interessado em obter as respostas.
Escrevendo isso, dá uma vontade de mudar de assunto e entrar em outros temas como gratidão, por exemplo. Sempre assim, sem que eu pare de escrever, um assunto vai puxando o outro, pois no final da história tudo está interligado mesmo. Mas continuo, então, aquele que foi iniciado, sem deixar de envolver a tal gratidão.
Aos que procuram o que comer nas sacolas de lixo, talvez a única utilidade das folhas de um jornal seja alimentar o fogo, ou isolar o frio que brota do chão durante a noite. Para eles, estas páginas serão de grande ajuda. E para nós?
Não poderia iniciar qualquer reflexão sobre alimentos, sem fazer uma outra reflexão, paralela, envolvendo aqueles que não os têm na sua mesa. Talvez nem mesa tenham...
O alimento sustenta não só o corpo, mas também a alma, principalmente quando preparado e ofertado com carinho.
Amor, atenção pessoal e gratidão têm energia curativa. Acrescentando a estes ingredientes um pouco de comida, teremos uma refeição sagrada que nutre o espírito enquanto alimenta o corpo, transformando-se numa espécie de alquimia espiritual – um ato de poder invisível – que carrega em si energias curativas espontâneas, verdadeiras preces alimentares.
Até mesmo a água, antes de ser ingerida, se receber um gesto nosso de agradecimento, será portadora de energia positiva que irá para todas as células, órgãos, músculos e tecidos do nosso corpo. Mas para que isso aconteça de fato, ou seja, para que o alimento seja portador de vibrações benéficas, a pessoa que irá prepará-lo precisará estar energeticamente equilibrada. De bem consigo mesma. Sem rancores, tristezas, mágoas ou raiva.Façamos, então, do corriqueiro ato de preparar e consumir alimentos, um ato de responsabilidade, gratidão e amor, não só por nós mesmos como também pelas pessoas que irão receber de nós o alimento preparado. Mas acima de tudo, um ato de respeito por aqueles que nada tem para comer.
Lembro que certa vez, durante um jantar, ouvi alguém dizer que estava morrendo de fome. Ri e fiquei imaginando o que aquela pessoa faria se realmente estivesse morrendo de fome. O que vejo pelas ruas ilustra essa outra realidade, que é cruel, fria, de miséria, angústia e dor.
Gente catando lixo e comendo restos. Você faz qualquer coisa se realmente estiver faminto. Não há sentimento mais corrosivo e humilhante do que não saber o que fazer para poder comer. Essa ameaça é real para muitas pessoas em todo o mundo.
Qual seria a razão para tamanha miséria, se em muitas partes do planeta sobram alimentos?
Que política internacional é hoje adotada para combater a fome neste mundo globalizado?
Qual o número exato de irmãos nossos mortos a cada minuto por não terem o que engolir?
Qual a verdadeira lição que isso nos deixa, e por quais motivos estas pessoas foram escolhidas para serem os famintos deste mundo abundante?
Essas são indagações que poucos se fazem, e que quase ninguém está realmente interessado em obter as respostas.
Escrevendo isso, dá uma vontade de mudar de assunto e entrar em outros temas como gratidão, por exemplo. Sempre assim, sem que eu pare de escrever, um assunto vai puxando o outro, pois no final da história tudo está interligado mesmo. Mas continuo, então, aquele que foi iniciado, sem deixar de envolver a tal gratidão.
Aos que procuram o que comer nas sacolas de lixo, talvez a única utilidade das folhas de um jornal seja alimentar o fogo, ou isolar o frio que brota do chão durante a noite. Para eles, estas páginas serão de grande ajuda. E para nós?
Não poderia iniciar qualquer reflexão sobre alimentos, sem fazer uma outra reflexão, paralela, envolvendo aqueles que não os têm na sua mesa. Talvez nem mesa tenham...
O alimento sustenta não só o corpo, mas também a alma, principalmente quando preparado e ofertado com carinho.
Amor, atenção pessoal e gratidão têm energia curativa. Acrescentando a estes ingredientes um pouco de comida, teremos uma refeição sagrada que nutre o espírito enquanto alimenta o corpo, transformando-se numa espécie de alquimia espiritual – um ato de poder invisível – que carrega em si energias curativas espontâneas, verdadeiras preces alimentares.
Até mesmo a água, antes de ser ingerida, se receber um gesto nosso de agradecimento, será portadora de energia positiva que irá para todas as células, órgãos, músculos e tecidos do nosso corpo. Mas para que isso aconteça de fato, ou seja, para que o alimento seja portador de vibrações benéficas, a pessoa que irá prepará-lo precisará estar energeticamente equilibrada. De bem consigo mesma. Sem rancores, tristezas, mágoas ou raiva.Façamos, então, do corriqueiro ato de preparar e consumir alimentos, um ato de responsabilidade, gratidão e amor, não só por nós mesmos como também pelas pessoas que irão receber de nós o alimento preparado. Mas acima de tudo, um ato de respeito por aqueles que nada tem para comer.
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