A sucessão de momentos e situações conflitantes e de temor nos remete inúmeras vezes a um tímido pensar, propositalmente oculto dentro de nós. Quando não conseguimos resolver nossas inquietudes, isto tudo transborda com grande facilidade, encharcando o meio no qual vivemos, nosso trabalho, nossa família, nossa casa, com uma mistura de tudo aquilo que não foi solucionado no decurso das nossas oportunidades. É o nosso caos interior que agora levamos ao mundo. Somando-se aos demais, forma uma grande corrente de pequenas confusões integradas com o todo, com o externo, transportando em pequenas gotas as nossas desarmonias para o planeta. Como diria algum poeta ou pensador, são as pequenas gotas que fazem os oceanos serem o que são. Afinal, estou escrevendo sobre o que mesmo? Nunca sei ao certo sobre o rumo que o texto irá tomar. O que eu sinto é que estas palavras precisam sair. Que saiam, então, pelas mãos, tal qual a energia, encontrando nas teclas um meio de se propagar e chegar a algum lugar.
“Cases”, como se diz agora (que bobo isso):
Dia desses uma pessoa me procurou, apavorada, sem saber o que fazer e a quem recorrer. Os médicos com seus antidepressivos, ansiolíticos e diagnósticos cegos, pois enxergam somente os reflexos, sem saber a verdadeira origem de todo o problema, em nada puderam ajudar, pelo contrário, ao mascararem estes processos, conseguiram tão somente piorá-los ainda mais. Alguns, mais “ligados”, até sabem que quando alguém procura o consultório, existe ali a possibilidade de a pessoa estar enfrentando algum tipo de problema físico, neurológico, doença de verdade, mesmo que decorrente de algum desequilíbrio a nível emocional. Porém – e agora vem o outro lado da mesma moeda, há a possibilidade de tudo isso ser absolutamente normal e esperado dentro de uma visão holística e reencarnacionista, tipo “estar colhendo o que plantou” ou “implorou por tudo isso e não lembra”... coisas desse naipe, mas que precisam de um entendimento menos superficial e mais espiritual. Detalhe: a pessoa não sabe coisa alguma do que se passa com ela.
Mas voltando ao caso, o pior de tudo eu ainda não comentei. Orientada a procurar uma casa espírita, pois ninguém a entendia (ela própria não se reconhecia) foi um tanto mal interpretada, pois queriam “encaminhar” não sei para onde (Alegrete, talvez, pois agora quase tudo é lá) “alguém” que não poderia ser encaminhado. Polêmico isso, e assustador também.
Este foi apenas um caso. Tem, ainda, aqueles que procuram a outra turma, como última cartada – e esta é a prova que a fé das pessoas anda a quase zero, do contrário elas exercitariam uma espécie de “autocura” em qualquer cantinho, com pensamentos positivos dentro de um estado mental ideal e boa dose de autoconhecimento, adquirido à duras e longas penas, diga-se de passagem.
As Terapias Alternativas não são a solução para todos os males, eu próprio digo isso, e sempre deixei muito claro: doenças já instaladas no corpo físico precisam ser tratadas pela medicina convencional. Isso é mais do que óbvio. Diante do estrago já feito no plano físico, as Terapias Complementares irão ajudar o corpo como um todo, elevando a autoestima, criando um campo áurico que propiciará uma melhor resposta do sistema imunológico e com isto uma boa e gradual melhora no quadro geral. Agora, quanto ao estado emocional, cuidado. Esta mesma medicina jamais vai reconhecer sua infinita limitação no campo energético, pois o que não se encontra na literatura médica não tem fundamento científico, portanto, não “funciona”.
Engraçado é que a ciência descobriu, e já faz um tempinho, que “um” átomo é pura energia. Tão difícil assim chegar a conclusão do que somos afinal?
Da mesma forma com que digo isso, e com a habitual sinceridade e neutralidade, também faço uma advertência: Cuidado com terapeutas que prometem “cura”. Só um Ser possui o dom de curar. Quanto a nós, precisamos e muito merecê-la. Repetindo, então, o título da coluna de 07/03/2010, é um “Caminho de pedras”, difícil de trilhar e ainda mais difícil de manter-se nele, mas é o único que conheço que te leva à Luz.
"A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. É a emoção fundamental existente na origem da verdadeira arte e ciência. Aquele que não a conhece e não pode se maravilhar com ela está praticamente morto e seus olhos ofuscados." .................................Albert Einstein
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
O que é isso!
Esta é a primeira vez que faço algum comentário um pouco fora do perfil da coluna e, apesar de parecer negativo com este texto – o que não é verdade, não há como esconder o sol em marte que confere aos arianos um forte senso crítico. Mas o ano “novo” que está entrando é outro; diferente e novo, ao menos nos algarismos e, para acinzentar um pouco as nossas mais otimistas expectativas em relação aos próximos doze meses, o primeiro deles já entra “arrasando”.
Manchetes ruins, típicas daqueles lugares onde há muitos habitantes, portanto um maior caos humano, hoje ilustram as páginas locais. Desarmonia e descaso aumentam a cada dia, problemas que ninguém quer enxergar, mas que estão presentes em muitos lugares.
Engenheiros e suas maquetes explicando o óbvio, algo que já aconteceu antes (em menor proporção) e em outros países, também. Pela televisão tomamos conhecimento dos fatos tristes que estão acontecendo lá no Rio. Culpa da natureza? Só se for da natureza humana. É o retrato do estado que virou as costas para seus relevos, elegendo outras prioridades. Coisas do país do samba e do futebol.
Não é sobre a catástrofe de lá que quero escrever, mas sim pelas tantas coisas que vamos ter que ler, ver ou “aturar”, aqui ou em qualquer lugar. Então resolvi abrir esta manhã de terça-feira expondo uma pequena parte daquilo que observo e penso. A conclusão não poderia ser pior. O que observo é que ninguém mais parece estar preocupado em se dar ao trabalho de parar e refletir para então passar a agir de uma forma mais coerente e acertada consigo mesmo e com os outros. Esta “manhã livre” que me possibilita uma pausa para poder escrever é testemunha daquilo que é pensado e observado. Isso tudo é “muito químico”. Confuso? Eu diria proposital, até porque é mais fácil dizer “não entendi”. Infinitamente mais fácil.
Desde que nos percebemos gente – e para mim o termo ‘gente’ ainda está um degrau acima daquilo que pensamos ser, deparamo-nos com momentos de fuga. Fugir para o escritório da família, para o colo da mãe, para os braços da avó, para trás da cadeira do pai, para dentro das garagens ou das cavernas, tanto faz... Fugir parece ser a primeira e única coisa que passa pela mente de um covarde, e covardia não é mérito apenas de quem bebeu. Aos tantos que diariamente atropelam ou esquartejam corpos, tranquilizem-se senhoras e senhores, caso a consciência permita, pois nossas leis (inclua aí nosso código penal) com suas várias “janelinhas” – diga-se de passagem, muito bem percebidas e melhor ainda aproveitadas pelos nossos irmãos operários do “direito”, lhes tem sido favorável.
De tudo aquilo que eu gostaria de dizer e que tantas vezes calei, quer pela pequenez da voz, quer por uma momentânea pobreza de espírito traduzida em falta de vontade, lembro apenas que velhas manias continuam vivas e fortes e, quanto mais velhas mais porcas se fazem, indo na contramão do destino de tantos que no asfalto ou nos hospitais deixam seus corpos como sinônimos quase que desfocados de inúteis advertências. Quanto mais será preciso para percebermos o real valor que tem estas chances de estarmos aqui cumprindo nossas missões? Enquanto isso outras vidas...
E assim somos nós (é o que tenho dito em várias colunas), espíritos pobres sempre em fuga, culpando os outros e a tudo pelo nosso mau humor, por nossos insucessos e até mesmo pela nossa incapacidade de evoluir, de ir em frente com passos certos, mesmo que lentos. Deixamos que o ego e a prepotência assumam o volante de nossas carentes vidas que chegam a ser comparáveis as dos etíopes que, embora agachados ou rastejantes, sabem o que procurar no chão para comer. E nós? Tão erguidos, auto-suficientes e de solene e arrogante postura, sequer sabemos ao certo onde estão os frutos que devemos colher para alimentar esta nossa curta passagem por aqui.
E antes que alguém me aponte algum dedo, eu próprio me sinto envergonhado por tantos e por tanta coisa que aqui se faz, pois quando não sou eu a insistir ignorantemente nos velhos erros é um irmão meu de clube, de confraria, de cela, de barco, de trem, de carro, de moto ou de caminhada.
Manchetes ruins, típicas daqueles lugares onde há muitos habitantes, portanto um maior caos humano, hoje ilustram as páginas locais. Desarmonia e descaso aumentam a cada dia, problemas que ninguém quer enxergar, mas que estão presentes em muitos lugares.
Engenheiros e suas maquetes explicando o óbvio, algo que já aconteceu antes (em menor proporção) e em outros países, também. Pela televisão tomamos conhecimento dos fatos tristes que estão acontecendo lá no Rio. Culpa da natureza? Só se for da natureza humana. É o retrato do estado que virou as costas para seus relevos, elegendo outras prioridades. Coisas do país do samba e do futebol.
Não é sobre a catástrofe de lá que quero escrever, mas sim pelas tantas coisas que vamos ter que ler, ver ou “aturar”, aqui ou em qualquer lugar. Então resolvi abrir esta manhã de terça-feira expondo uma pequena parte daquilo que observo e penso. A conclusão não poderia ser pior. O que observo é que ninguém mais parece estar preocupado em se dar ao trabalho de parar e refletir para então passar a agir de uma forma mais coerente e acertada consigo mesmo e com os outros. Esta “manhã livre” que me possibilita uma pausa para poder escrever é testemunha daquilo que é pensado e observado. Isso tudo é “muito químico”. Confuso? Eu diria proposital, até porque é mais fácil dizer “não entendi”. Infinitamente mais fácil.
Desde que nos percebemos gente – e para mim o termo ‘gente’ ainda está um degrau acima daquilo que pensamos ser, deparamo-nos com momentos de fuga. Fugir para o escritório da família, para o colo da mãe, para os braços da avó, para trás da cadeira do pai, para dentro das garagens ou das cavernas, tanto faz... Fugir parece ser a primeira e única coisa que passa pela mente de um covarde, e covardia não é mérito apenas de quem bebeu. Aos tantos que diariamente atropelam ou esquartejam corpos, tranquilizem-se senhoras e senhores, caso a consciência permita, pois nossas leis (inclua aí nosso código penal) com suas várias “janelinhas” – diga-se de passagem, muito bem percebidas e melhor ainda aproveitadas pelos nossos irmãos operários do “direito”, lhes tem sido favorável.
De tudo aquilo que eu gostaria de dizer e que tantas vezes calei, quer pela pequenez da voz, quer por uma momentânea pobreza de espírito traduzida em falta de vontade, lembro apenas que velhas manias continuam vivas e fortes e, quanto mais velhas mais porcas se fazem, indo na contramão do destino de tantos que no asfalto ou nos hospitais deixam seus corpos como sinônimos quase que desfocados de inúteis advertências. Quanto mais será preciso para percebermos o real valor que tem estas chances de estarmos aqui cumprindo nossas missões? Enquanto isso outras vidas...
E assim somos nós (é o que tenho dito em várias colunas), espíritos pobres sempre em fuga, culpando os outros e a tudo pelo nosso mau humor, por nossos insucessos e até mesmo pela nossa incapacidade de evoluir, de ir em frente com passos certos, mesmo que lentos. Deixamos que o ego e a prepotência assumam o volante de nossas carentes vidas que chegam a ser comparáveis as dos etíopes que, embora agachados ou rastejantes, sabem o que procurar no chão para comer. E nós? Tão erguidos, auto-suficientes e de solene e arrogante postura, sequer sabemos ao certo onde estão os frutos que devemos colher para alimentar esta nossa curta passagem por aqui.
E antes que alguém me aponte algum dedo, eu próprio me sinto envergonhado por tantos e por tanta coisa que aqui se faz, pois quando não sou eu a insistir ignorantemente nos velhos erros é um irmão meu de clube, de confraria, de cela, de barco, de trem, de carro, de moto ou de caminhada.
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