Quando você se inquieta, não é porque isto faz parte da natureza humana. A inquietação não é uma característica com a qual você nasceu, mas sim um hábito que você aprendeu a ter.
A inquietação é diferente de “estar preocupado”. Digamos que é até natural se preocupar com coisas que o ameaçam ou com algo ou alguém que seja importante para você. A preocupação é a forma de sua mente fazê-lo saber e, se necessário, agir.
Colocando assim, até parece “sadio” estar ou ficar preocupado, mas esta preocupação sadia se converte, muitas vezes, em inquietação doentia – uma forma de medo e/ou dúvida que muitas vezes aumenta a proporção e a gravidade de um problema, fazendo com que você insista naqueles pensamentos repetidamente, sem ao menos criar uma solução.
Alguém já disse que poderíamos vencer a maior parte dos problemas que muito nos atormentam se trocássemos cada momento de preocupação por uma quantidade igual de “solução”, ou, na falta de solução, um punhado de “aceitação”. Mas isso são teorias, apenas. Na prática, nem sempre podemos solucionar algumas coisas que nos incomodam, enquanto podemos sim, tentar resolver outras. A solução para a inquietação, como já nos disseram algumas vezes, é fazer algo em relação às coisas que podemos mudar, e aprender a aceitar aquelas que não podemos.
Aprender a não se inquietar não significa aprender a “evitar” os problemas, não é isso. Prestar atenção às circunstâncias de sua vida é essencial para a busca do autocontrole. Mas perder tempo e energias mentais preciosas inquietando-se sobre tudo aquilo que não podemos resolver não nos ajuda em nada, e talvez, se a inquietação continuar por tempo suficiente, ainda traga sérias consequências para nossa saúde e, aqui entre nós, não é isso o que desejamos.
Ao ler histórias de pessoas bem-sucedidas e bem resolvidas, mas que em determinados momentos depararam-se com algum tipo de problema mais sério, percebemos que, por algum motivo ou força – que eu chamaria de mudança de atitude e percepção, elas souberam usar aquelas “pedras” como degraus.
Quando encontro alguém que considera a vida “cheia de problemas”, percebo que esta pessoa não tem mais problemas que os outros, mas porque seu condicionamento passado foi errado, ela tem o hábito de ainda ver a vida como sendo cheia de problemas escabrosos e intermináveis.
Qualquer situação difícil que você encontrar pela frente poderá ser considerada uma “etapa normal da vida” ou um “problema”. A escolha é sua. Em primeiro lugar está a sua vontade e, em segundo e último lugar, a ação de algum fator externo ao qual você ainda está muito sintonizado e justamente por causa disso ainda dá alguma ou muita importância.
Se escolher considerar as situações normais de vida como problemas, encontrará muitos deles, pode ter a certeza. Mas se, ao contrário, resolver considerar as mesmas circunstâncias como placas indicativas avisando-o que você está vivo e bem – e no meio da sua jornada – então isto lhe dará uma chance enorme de tirar um maior e melhor proveito delas.
Com o passar do tempo (espero que não seja tanto tempo assim), você perceberá que a maioria dos seus problemas não vem de fora, mas sim de dentro de você. Haverá ocasiões em que as limitações criadas por você mesmo travarão seus caminhos. As terapias holísticas ajudam você a se livrar dessas limitações impostas por você mesmo. Muitas delas têm origem em outras vidas, o que dificulta o seu reconhecimento e superação, dada a sua forma tradicional de “levar esta vida”. Não será “empurrando com a barriga” que iremos resolver as coisas, muito pelo contrário.
Se isto lhe deixa mais à vontade, eu também estou nesta caminhada, assim como todos nós aqui neste planeta. Somos seres espirituais sim, mas encarnados e com missões bem terrenas.
Que haja harmonia em nossas vidas e que a Luz divina sempre oriente nossos passos nesta direção.